quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Filha do Papa

Autor: Luís Miguel Rocha
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 432
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04411-2

Sinopse:
Será o antissemitismo a verdadeira razão para o Papa Pio XII não ter sido beatificado?
Quando Niklas, um jovem padre, é raptado, ninguém imagina que esse acontecimento é apenas o início de uma grande conspiração que tem como objetivo acabar com um dos segredos mais bem guardados do Vaticano - a filha do Papa Pio XII.
Rafael, um agente da Santa Sé fiel à sua Igreja e à sua fé, tem como missão descobrir quem se esconde por detrás de todos os crimes que se sucedem e evitar a todo o custo que algo aconteça à filha do Papa.
Conseguirá Rafael ser uma vez mais bem-sucedido? Ou desta vez a Igreja Católica não será poupada?


Opinião:
Sempre gostei de ler este género de livros, thrillers religiosos, de vez em quando. E quando li pela primeira vez este autor português, soube de imediato que ia continuar a seguir a sua escrita.

O Papa Pio XII foi o papa nomeado durante a segunda Guerra Mundial. Um papa que quando era jovem tinha como melhor amigo um jovem judeu e que nunca tivera nada contra pessoas com este tipo de pensamento religioso. Estima-se que nessa altura a igreja tenha salvo mais de 80 mil judeus, devido às convicções do papa. Além disso, apesar de todo o pesar da guerra, a verdade é que esta atitude nobre levou a um período de ouro na religião cristã, tendo o número de pessoas convertidas ao cristianismo nessa altura disparado em flecha. Devido a todas estas ações e a outras que tais, está a ser levada a cabo uma investigação, por membros classificados para tal, para beatificar o Papa Pio XII. Só que parece que alguém não quer que tal suceda.

Niklas, um jovem padre, filho de um político poderoso é raptado, sendo no local do crime encontradas não apenas provas do rapto mas de dois homicídios. Inicialmente Rafael, um jovem padre agente da Santa Fé, é chamado para tratar deste problema, antes que os media e os demais soubessem quem tinha sido raptado, o que poderia criar um grave problema político. Mas até mesmo para este padre, conhecido por nada o surpreender, a verdadeira dimensão do que está a perseguir o choca, começando nomes que nunca deveriam ser pronunciados a andar na boca de todos aqueles que com ele se cruzam.

A verdade é que eu gosto muito da escrita deste autor. Ele consegue criar um livro que por muito pesado o seu conteúdo seja, tem uma escrita leve e fluída que nos faz viajar por entre as suas páginas como se estivéssemos a ler um romance cor de rosa. Não me levem a mal, não estou a dizer que este é um livro desse género, mas há sempre algo em romances pesados que nos fazem ter que acalmar o ritmo de leitura, algo que este romance, que parecendo que não debate assuntos que para muitos são sensíveis, acaba por não ocorrer, conseguindo-se lê-lo de uma forma rápida e quando damos por nós já estamos nas suas últimas páginas!

Devo admitir que adorei ler a versão romantizada do Papa Pio XII com Pascalina, uma freira que esteve a seu lado durante décadas, sendo a esta que o Papa confiava o que lhe ia na alma. Uma curiosidade que não conhecia e que gostei muito de conhecer foi que Pascalina foi a única mulher que alguma vez assistiu à conclave papal, algo que achei muito interessante. Acho que esta parte de romantização desta história foi algo que me fez ler ainda mais depressa este livro, e achei o pormenor de incluir partes romantizadas do diário da freira um ponto a favor do autor, pois captavam a atenção e prometiam sempre algo mais.

Neste livro, Luís Miguel Rocha não crítica apenas a igreja, ele também lhe dá os parabéns, por assim dizer. Romantizando a personagem de Pio XII, demonstra-nos como um grande homem que vez de tudo contra o assassínio de judeus na guerra, também tinha fraquezas, tendo inclusive cometido pecados iguais aos dos comuns mortais e isso foi algo que gostei de ver neste romance.

Um romance que aconselho a todo e que ainda não leu este autor não sabe o que está a perder.

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