sábado, 29 de junho de 2013

A Herança

Autora: Katherine Webb
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 456
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892315201

Sinopse:
Após a morte da avó, as irmãs Erica e Beth Calcott regressam a Storton Manor, a imponente mansão da família. Rodeada pela atmosfera mágica das férias de Verão da sua infância, Erica relembra o passado, particularmente o primo Henry, cujo desaparecimento daquela mesma casa dilacerou a família e marcou Beth terrivelmente. A jovem decide agora descobrir o que aconteceu a Henry, para que o passado possa ser enterrado e a irmã consiga finalmente encontrar alguma paz. Mas, quando começa a investigar, um segredo familiar ameaça sair da sombra: uma história que remonta à América na viragem do século XIX, protagonizada por uma bela herdeira das classes altas e uma terra selvagem e assombrosa. À medida que o passado e o presente convergem, Erica e Beth têm de enfrentar duas terríveis traições e uma dolorosa herança.


Opinião:
Mansões misteriosas. Acho que se devia criar um nome de um novo género literário para livros que se passam em mansões misteriosas e sobre a magia destas. Se essa categoria existisse este livro acabaria por entrar no grupo.

Erica e Beth Calcott acabam por regressar, passados imensos anos, à mansão da família, um local onde Beth se sente imensamente desconfortável, não fosse nesse mesmo local que tivesse desaparecido o seu primo, Henry, um rapazinho na altura em que esse desaparecimento aconteceu. Um desaparecimento investigado durante anos, mas parecia que a criança tinha simplesmente desaparecido da fase da Terra. Erica quer descobrir o que aconteceu ao primo, quer saber o que aconteceu no passado, porque é que não se lembra de algo que a sua irmã Beth diz que nunca lhe revelará.

Enquanto este mistério assombra tudo e todos, outro ainda maior que envolve várias descendências da família Calcott aparece. Porque é que desde que se lembram, toda a sua família fora contra todas as populações nómadas que ali viviam? Porque é que as raparigas em pequenas eram castigadas por irem brincar inocentemente com eles? É na busca por estas respostas que Erica trava conhecimento com Caroline, a sua tetravó, uma mulher fria e cruel, alguém que nunca fora vista a sorrir e que não dava o seu amor a ninguém.

Devo dizer que me surpreendi com este livro. Se no início não me prendia totalmente, depois de entrar na escrita acabei por não conseguir sair enquanto esta história não terminasse. Adorei as variações temporais entre o presente e o passado e devo dizer que a história de Caroline prendeu-me totalmente. Esta foi talvez a personagem mais bem desenvolvida de todo o livro. Uma personagem que inicialmente me fez sentir pena dela, mas que com o passar do tempo acabei por a ver como alguém mimado, que quer as coisas à sua maneira e que por causa disso acabou por se considerar a "coitadinha" de todo o romance. Caroline acaba por se revelar a causa de todos os problemas da sua família no futuro, acaba por demonstrar ser por causa desta que mistérios e infelicidade existem no seio familiar dos Calcott.

Algo que me fez muita impressão foi o facto de eu considerar que a autora queria passar-nos a imagem de uma Caroline "coitadinha", uma pessoa que sofrera muito, alguém por quem devíamos ter pena. Acontece que no final senti precisamente o contrário. Só me apetecia bater a esta personagem, abaná-la, acordá-la para o mundo real e demonstrar-lhe quantas vidas destruira.

Achei o final um pouco estranho, embora tenhamos os factos todos, achei que faltava algo, achei-o muito apressado. Depois de uma história tão calmamente contada, o final foi muito rápido e achei que devia ter sido mais aprofundado. Mas no final de tudo é um livro que recomendo, especialmente para quem gosta deste género literário, com mansões misteriosas.

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