segunda-feira, 24 de junho de 2013

Peito Grande, Ancas Largas

Autor: Mo Yan
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 604
Editor: Ulisseia
ISBN: 9789725685709

Sinopse:
O presente romance, publicado na China em 1995, causou grande controvérsia. Algum conteúdo de teor sexual e o facto de não retratar uma versão da luta de classes consentânea com os cânones do Partido Comunista Chinês, obrigaram Mo Yan a escrever uma autocrítica ao seu próprio livro, e, mais tarde, a retirá-lo de circulação. Ainda assim, inúmeros exemplares continuam a circular clandestinamente.Num país onde os homens dominam, este é um romance épico sobre as mulheres. Sugerido no próprio título, o corpo feminino serve como imagem e metáfora ao livro. A protagonista nasce em 1900 e casa-se com 17 anos. Mãe de 9 filhos, apenas o mais novo, é rapaz. Jintong é inseguro e fraco, contrastando com as 8 irmãs, fortes e corajosas. Cada um dos 6 capítulos representa um período, desde o fim da dinastia Qing, passando pela invasão japonesa, à guerra civil, à revolução cultural e aos anos pós Mao.Um romance que percorre e retrata a China do último século através da vida de uma família em que os seres verdadeiramente fortes e corajosos são as mulheres.


Opinião:
Admito que não sou muito de ler autores vencedores do prémio nobel. Por alguma razão desiludo-me sempre, por isso acaso simplesmente por não os ler. Relativamente a este livro em particular, devo dizer que me deixou um pouco dividida.

Jintong é o nono filho de uma família de apenas mulheres! Nasceu ao mesmo tempo que a sua 8ª irmã, sendo gémeos. Desde cedo acaba por se demonstrar ter um espírito demasiado mimado, algo que se traduz devido a ser o único rapaz numa geração de nove. Além disso acaba também por demonstrar uma paixão desmensurada por seios, que te acordo com o seu ponto de vista lhe fazem lembrar grandes pombas brancas, acabando sempre que come comida normal por sentir grandes enjoos, não aguentando o que tem no estômago.

Esta é a história de como as diversas irmãs de Jintong se foram casando. Umas por amor, outras por obrigação, outras simplesmente para terem alimento, e outra até perderam o seu amor antes de cansar. Esta história não se centra apenas em Jintong, embora este nos parece a personagem principal, pois é o nosso narrador. Esta é a história de toda a sua família, do que fizeram para sobreviver à ruína, à morte, à guerra e à evolução.

Muito sinceramente se pensar bem eu tudo o que li, em tudo o que aprendi... Posso então dizer realmente que este livro acabou por me marcar de alguma forma. Ultrapassadas as dificuldades com os nomes das personagens, especialmente no final quando todas de misturavam, e com a escrita do autor, que por vezes conta imensas coisas ao mesmo tempo, de tal forma que por vezes tinha mesmo que voltar atrás para saber afinal o que tinha mesmo acontecido, este livro fala-nos da realidade na China. Uma realidade dura, onde o poder é tudo e quem não o tem é espezinhado e ignorado, sendo mesmo tratado como um verme.

Achei uma crítica muito inteligente e sem dúvida que é um bom livro, mas acaba por ser pesado, não pelo seu conteúdo, mas sim pela escrita do autor. Embora eu considere que é essa escrita que torna o livro tão rica, esta por vezes numa única página consegue descrever o iniciar de uma luta até à sua finalização, ou seja, ocorre tudo de uma forma demasiado rápida.

Mas é um livro que eu aconselho a ler, embora também aconselho a terem um livro mais leve ao lado para irem intercalando.

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