quarta-feira, 19 de março de 2014

O Jogo

Autor: Anders De La Motte
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 328
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722527453

Sinopse:
Henrik Pettersson, «HP», encontra acidentalmente um telemóvel que o convida a entrar num jogo de realidade alternativa. Passado o teste de admissão, começa a receber uma grande variedade de missões emocionantes, todas elas filmadas e avaliadas secretamente. HP deixa-se imediatamente conquistar por este jogo, mas não tarda a perceber que ele não é tão inocente como a princípio parecia. A inspetora da polícia Rebecca Normén é o oposto de HP. É uma mulher com perfeito controlo da sua vida e uma carreira ambiciosa em ascensão. Tudo seria perfeito não fosse o bilhete escrito à mão que ela encontra no seu cacifo. Seja quem for que o escreveu, sabe demais acerca do seu passado.
Os mundos de HP e Rebecca aproximam-se inevitavelmente um do outro. Mas se a realidade é apenas um jogo, então o que é real?


Opinião:
Um policial de vez em quando sabe-me imensamente bem, admito. Embora não seja o género literário que leia em maior quantidade, a verdade é que me sabe bem de vez em quando. Adoro o mistério, o suspense, as investigações. Este livro chamou-me a atenção pela capa. É uma capa estranha, mas que promete um bom thriller com uma excelente quantidade de aventura e emoção.

HP é assim conhecido pelos amigos. Não fazendo propriamente nada da sua vida, a não ser saltar de trabalho para trabalho a fim de conseguir ter dinheiro para sobreviver, esta é uma vida difícil, especialmente se se é um antigo prisioneiro que acabara de sair da cadeia. Num dia que parecia como qualquer outro encontra um telemóvel nos transportes públicos. Um telemóvel como ele nunca tinha visto e que lhe prometia um bom dinheiro se fosse vendido no mercado negro. O estranho é que repentinamente o telemóvel recebe uma mensagem. Passadas repetidas mensagens, estas começam a conter o nome de HP. Não a alcunha, mas sim o seu verdadeiro nome, Henrik Pettersson. Desesperado por novas aventuras não resiste a entrar no jogo. Um jogo que lhe dá uma enorme adrenalina ao mesmo tempo que recebe dinheiro sem fazer nada de especial.

Enquanto HP se envolve num perigoso jogo, a sua irmã e antiga confidente tenta ao máximo subir na carreira de polícia. Não é fácil ser-se uma polícia do sexo feminino e Rebecca sente isso na pele quando quer fazer trabalhos mais perigosos e não a deixam... Mas faz tudo por merecer o crédito que lhe dão, algo que acaba por valer a pena, sendo reconhecida pelo seu trabalho.

Este é um bom livro, com uma escrita rápida e fluída e com constante mistério. Foi um livro que me prendeu do início ao fim e gostei de saber a relação entre os dois personagens principais. Devo dizer que tive pena por não desenvolverem ainda mais a personalidade de Rebecca e os seus problemas passados, mas talvez isso ainda aconteça nos próximos títulos, quem sabe? Afinal de contas estamos a falar de uma trilogia. Por outro lado, HP foi muitíssimo bem desenvolvido e acabamos por o conhecer em profundidade, acabando este por nos introduzir a outras personagens secundárias que com o passar da acção começam a ganhar cada vez uma maior importância.

Não é um livro do outro mundo, apesar de prender o leitor e de este não resistir a lê-lo do início ao fim. O grande problema foi que o autor quis tornar o mistério demasiado profundo para o tipo de resolução que tinha preparado. O final acaba dessa forma por enganar um pouco o leitor e o que se revelava um esquema mirabolante e uma descoberta fantástica, acabou por provar ser algo menos imaginativo do que esperava, e muito sinceramente foi isso que me desanimou no livro.

Apesar disso é um livro que leva o leitor a entrar numa aventura eloquente e cuja escrita prende-o do início ao fim, sendo que o grande problema do livro é o final, que eu esperava ser bem melhor.

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