sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Hipótese do Mal

Autor: Donato Carrisi
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 424
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04663-5

Sinopse:
Procuro-os por todo o lado. Procuro-os sempre.
Todos nós já sentimos, em algum momento, o desejo de desaparecer. De deixar tudo para trás. Para alguns, isso transforma-se numa obsessão que os consome e engole, até que acabam por desaparecer na escuridão. Todos se esquecem deles. Todos, menos Mila Vasquez, investigadora do Gabinete das Pessoas Desaparecidas.
Sem que ninguém o conseguisse prever, indivíduos que se esfumaram no vazio há vários anos regressam com intenções obscuras. Uma série de crimes, sem relação aparente entre si, traz consigo uma descoberta surpreendente: os seus autores são pessoas que se pensava desaparecidas para sempre. Onde estiveram durante tanto tempo? E porque regressaram? Qual o plano maléfico a que obedecem?
Mila percebe que para travar este exército das trevas não lhe bastam os indícios. Tem de dar à escuridão uma forma, um sentido, precisa de formular uma hipótese sólida, convincente, racional…


Opinião:
Já tinha lido um livro deste autor, por isso quando soube que saira um novo livro dele, não resisti a pegar-lhe e a lê-lo de imediato.

Mila Vasquez trabalha no Limbo. Um departamento da polícia que trata de casos difíceis, de pessoas que não estão mortas, mas também não estão vivas, pessoas cuja identidade é desconhecida e que ninguém procura. Ora por serem pessoas que desapareceram por vontade própria, ou pessoas que não têm sítio a que chamar casa nem ninguém a quem chamar família/amigos. Mas ela nem sempre trabalhara naquele departamento. Fora uma das grandes estrelas num grande caso há uns anos atrás. Caso esse que a puxara ainda mais para dentro das sombras e que a levara a abandonar os casos mais difíceis, decidindo-se pelo Limbo, onde não havia ligação pessoal com as pessoas desaparecidas, sendo estas apenas casos.

Mas quando um estranho conjunto de assassínios começa a ocorrer, os chefes de Departamento procuram Mila, pois sabem que esta seria uma grande mais valia para o caso, pois por muito afastada esteja destes casos, continua a ter um excelente sexto sentido que todos os colegas sabem valorizar. Mas tem também uma maneira muito própria de ver as coisas e de tratar dos diversos casos que lhe passam pelas mãos, mesmo que isso a leve a ser olhada de lado pelos colegas de departamento.

Mais uma vez Carrisi conseguiu prender-me do início ao fim do livro. A escrita do autor é absolutamente fantástica, sendo obscura e directa. Além disso adoro a forma que o autor tem de escrever em pequenos capítulos, pois estes prendem-me a atenção e acabam por não ser muito exaustivos. As personagens deste também são fantásticas. São muito profundas e têm sempre diversos problemas passados que o autor só começa a desvendar no final do livro.

Mila é alguém que se nota deste o início que sofrera imensamente no passado, mas o autor esconde bem a razão dessa ferida. Essa é aprofundada pelo novo caso em que se encontra e pelas personagens secundárias, especialmente por Simon Berish, um polícia rejeitado que aceita bem essa rejeição, pois embora não a mereça pelo que os seus colegas pensam, ele sabe que a merece por não ter estado no sítio certo na altura certa.

O criminoso neste livro também é muito curioso. Na realidade acabamos por ter imensos assassinos diferentes que estão interligados uns aos outros por quem manda neles e por serem pessoas que já estavam desaparecidas há diversos anos, sendo que já todos os julgavam mortos, o que como podem calcular é extremamente emocionante para o leitor, enquanto tentamos juntar todas as peças do puzzle.

Um autor excelente, com uma escrita absoluta viciante e com personagens ainda mais viciantes! Aconselho a todos, quer tenham ou não lido algo do autor.

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