sábado, 30 de agosto de 2014

Puros

Autora: Julianna Baggott
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 392
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722352789

Sinopse:
Depois de uma série de detonações atómicas destinadas a exterminar grande parte da Humanidade, apenas uma pequena elite de puros deveria ter sobrevivido, protegida dentro da Cúpula até que a Terra se regenerasse por completo. Mas não foi isso que aconteceu... Muitos foram os que sobreviveram às explosões, deformados, com mutações terríveis, refugiados entre as ruínas da cidade, num clima de opressão por parte da milícia entretanto formada, que os aterroriza e explora. Pressia Belze é uma jovem de dezasseis anos, uma mutante que tenta fugir à milícia; Partridge é um rapaz da elite, um Puro atormentado pela suspeita de que um plano secreto está a ser desenvolvido pela elite científica da Cúpula. Numa terra devastada, os caminhos destes dois jovens acabam por se cruzar, dois sobreviventes em busca de um futuro menos sombrio, que nem desconfiam do laço secreto que os une…


Opinião:
Este foi um daqueles livros que me chamou de imediato a atenção pela capa. Digam lá se esta capa não é simplesmente lindíssima! É uma capa belíssima e antes de ler a sinopse já o queria ler. Antes de saber o que quer que fosse da autora e da história em si. Após a leitura da sinopse percebi tratar-se de uma distópia e como já não lia uma há algum tempo decidi experimentar e ver o que estava a perder.

Já se passaram anos desde que as detonações atómicas tinham acontecido. Detonações especiais, cuja essência estava nas nanopartículas inseridas na composição das bombas e que levava a uma rápida conjunção dos tecidos humanos com o que quer que estivesse perto destes. Tal fez com que as pessoas que tiveram o azar de estar perante as explosões ficassem com pedaços de madeira, metal, cimento, entre outros, presos no seu corpo, como parte vital do mesmo. Havia inclusive pessoas que tinham ficado presas a outras pessoas pois estavam junto destas no momento das explosões. Pressia não fora das que tivera maior azar. Sendo apenas uma criança nessa grande altura de destruição, uma das suas mãos fora substituída pela boneca que trazia consigo. Uma deficiência que odeia mostrar, pois o simples facto de ter uma boneca como mão faz com que as pessoas a considerem mais fraca do que é na realidade.

Pressia cuida do avô. Um homem que chegara perto da neta no preciso momento das explosões. Para além de ser uma pessoa velha, o que só por si leva-o a ter uma saúde fraca, o avô tivera o azar de ter uma pequena ventoinha consigo no momento da explosão. Ventoinha essa que agora se encontra presa na sua garganta, levando a que tenha uma saúde muito pior do que deveria. Pressia não quer deixar o avô sozinho, mas o seu 16º aniversário está a chegar e ela sabe muito bem o que isso significa. Ou se esconde, ou é obrigada a abandonar o avô...

Partridge foi um dos sortudos que conseguira entrar na cúpula antes das detonações acontecerem. Essa cúpula serviu de proteção às explosões, e todos os que se encontravam lá dentro nessa altura permaneceram são e salvos. Uma cúpula que apenas abrigou os grandes cérebros da época. Uma cúpula que todos pensam ter abrigado os que conseguiram chegar a tempo, mas cuja história não é assim tão linear. Determinado a encontrar a sua mãe, agora que desconfia que esta se encontra no exterior, Partridge arranja um plano para fugir da cúpula, algo que pensava ser impossível. Mas a realidade é muito diferente daquela que pensava conhecer e a separação entre o exterior e a cúpula não tem sido tão respeitada quando se quer crer.

A história deste livro era muitíssimo interessante logo desde o início. Admito que a parte das nanopartículas me fez um pouco de confusão, afinal de contas fora uma das minhas áreas de estudo e eu tenho uma certa noção das limitações que esta tem nos dias de hoje, o que fez com que quando li essa parte tenha começado a criar teorias mirabolantes na minha cabeça. Mas ultrapassando essa parte adorei as "deficiências" que a população do exterior tinha, achei algo muito curioso e inovador e foi sem dúvida uma excelente ideia da parte da autora. Todo o mundo fora da cúpula me prendeu. Desde a parte da população que tinha ficado desfigurada à outra parte que começara a pertencer à terra, às árvores, etc, sem terem bem noção do que faziam.

O meu grande problema com o livro foi que, embora tenha uma excelente história de fundo, acho que a autora não a soube explorar devidamente. Tinha perfeitamente forma de desenvolver a partir daqui personagens inesquecíveis, com as suas fraquezas e forças, mas acho que foi aí que se perdeu um pouco o brilho da história. Não me senti muito ligada com as personagens, não sentindo grande afinidade com estas. Elas para mim passaram a ser apenas outras personagens das distópias e acho que me liguei mais às personagens secundárias do que às principais.

Como é costume neste tipo de livros temos um líder, quase tipo Hitler, que quer purificar a raça, selecionando os melhores para irem para a cúpula e aí dentro ainda faz mais testes e operações para que estes selecionados sejam mais inteligentes, rápidos e brilhantes. Um plano secreto que poucos sabem, mas os que sabem querem a todo o custo terminar com essa conspiração. Claro que no meio existem mortes, vingança, guerra. É um livro que embora não seja mau, acaba por não ser brilhante, embora tivesse todo o potencial para tal. Apesar disso sou capaz de ler o segundo livro da trilogia, para ver se há melhorias da parte da autora e se me ligo mais aos personagens.

Experimentem, afinal todos os gosto são diferentes e de certeza que haverão pessoas a gostar deste livro muito mais que eu. :)

2 devaneios:

Verovsky disse...

Fiquei ainda mais curiosa com a tua opinião :D Boas leituras ^_^

Vanessa Montês disse...

É uma premissa diferente :)

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