segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O Amigo Andaluz

Autor: Alexander Söderberg
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 488
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04423-5

Sinopse:
Sophie Brinkmann é uma viúva que leva uma vida tranquila nos subúrbios de Estocolmo até conhecer Hector Guzman, um homem sofisticado e elegante. Ela não faz ideia de que sob o charme daquele homem se esconde algo sinistro. Hector é o cabecilha de uma organização criminosa. Ele está habituado a obter tudo o que quer, e o que ele agora quer é aniquilar os seus rivais.
Antes de se aperceber do verdadeiro mundo em que Hector se move, Sophie vê-se enredada numa implacável teia. Com a casa sob vigilância e a família em risco, em quem poderá ela confiar, quando a própria polícia é tão perigosa quanto os criminosos?
Neste primeiro volume da trilogia Brinkmann, Alexander Söderberg presenteia-nos com um magnífico romance sobre o mundo sórdido do tráfico de armas e droga, dando-nos ao mesmo tempo um retrato magistral da fragilidade humana.


Opinião:
Os policiais nórdicos estão imensamente em voga nos dias de hoje. Juntam o melhor dos policiais com o dos romances. Além de que as personagens são aprofundadas de uma forma muito própria e é isso que adoro. Os autores não se centram apenas em escrever um bom policial, mas também em criar personagens reais e que o público conheça como ninguém. Esta é sem dúvida a grande característica dos romances nórdicos.

Sophie é uma mulher bonita que já conhece o suficiente da vida. Viúva e mãe de um adolescente que tenta ajudá-la e a compreende melhor do que ninguém, Sophie é enfermeira num dos hospitais das redondezas. Uma das mais populares, pois cuida desses doentes como se fossem seus conhecidos, demonstrando-lhes amor e carinho. Um dos seus doentes mais recentes, Hector, é um homem fascinante. Inteligente e com um sentido de humor aguçado, é um homem que rapidamente desenvolve um grande fascínio por Sophie. Fascínio esse que é correspondido por Sophie, que de imediato se deixa cair nos braços daquele homem que a trata como se fosse importante e tivesse um propósito na vida.

O que Sophie não sabe é que Hector é um homem procurado. Conhecido por negócios relacionados com tráfico de armas e drogas, Hector acaba por ser o motor de toda a ação embora seja das personagens que menos aparece em toda a narrativa. Tendo-se apaixonado um pelo outro, Sophie acaba por ir contra a polícia e todos aqueles que querem matar Hector apenas para o proteger. Mas quando começam a incluir o seu filho na história e a fazê-lo passar por um verdadeiro inferno, Sophie terá que repensar as suas prioridades e decidir em quem deve realmente confiar.

Este livro trouxe-me imensos sentimentos contrários. Por um lado a história era interessante e personagens como Sophie e Lars prenderam-me do início ao fim do livro. Mas, essencialmente no início, não sabia bem o que estava a acontecer e qual o rumo que a ação estava a tomar. Eram tantos nomes diferentes, tantos grupos com objectivos tão distintos uns dos outros que houveram alturas em que já não sabia quem eram os bons da fita e quem eram os maus. Além de que, até conseguir atinar com os nomes, trocava-os todos e já não sabia quem é que tinha agido de uma forma ou outra.

Sophie foi uma personagem que se meteu em algo extremamente perigoso sem saber o que esse algo era. Apaixonara-se por um homem que nada lhe contava sobre a sua vida e foi isso que a meteu num grande sarilho. Mas, embora seja inicialmente retratada como uma mulher dócil e amorosa, acabamos por descobrir que é também uma mulher forte e determinada e que fará tudo para manter o seu filho e todos aqueles que ama em segurança. Lars foi outra personagem que me surpreendeu. Apesar de inicialmente parecer louco e maldoso, acaba por se demonstrar ser muito mais que isso, desenvolvendo uma grande fixação por Sophie e por aqueles que a rodeiam. Compreende que esta é a chave para o estranho mistério em que se vê envolvido e tenta a todo o custo resolvê-lo.

É um livro, como já referi, que me deixou com imensos sentimentos contrários. Personagens que adorei e outras que sem sequer percebi o que estavam a fazer. Partes da narrativa que tinha de reler de tão fortes que eram e outras que achava repetitivas. Foi um livro estranho e que precisa de ser lido com imensa atenção, caso contrário perdemos a história a meio.

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