sexta-feira, 27 de março de 2015

Entrevista a Breno Melo


Fale-nos um pouco sobre si.
Olá, leitores do Bloco de Devaneios! Chamo-me Breno Melo, nasci em 1980, na cidade do Rio de Janeiro, que é o mesmo que dizer Brasil. Como escritor, participei em algumas antologias de poesia, especialmente em inglês, como os leitores podem ver na badana do romance que acaba de ser publicado pela Chiado Editora.

Como entrou a escrita no seu dia-a-dia?
A leitura, obviamente, entrou no meu dia-a-dia como entrou no de todos os leitores, isto é, através de livros que eu acreditava bons. Mas perguntava-me sobre a escrita, e agora a resposta que tenho de dar é completamente diferente. Comecei com redacções, como todos somos orientados a fazê-lo na escola, depois com poemas, como muitos tinham o costume de experimentar até recentemente, e por fim com a prosa, o que tampouco é incomum experimentar nos dias de hoje, em que o romance é o género mais lido.

Como se sentiu ao tornar-se um autor publicado?
Provavelmente senti-me como todos os autores se sentem, isto é, senti-me muito contente. Mas sou realista, sei que um livro publicado continua a requerer tempo e dedicação de seu autor, sua presença em eventos literários, seu contacto com os leitores, com os bloguers, etc. Precisamente o que estou a fazer agora.

Identifica-se com alguma das suas personagens?
Naturalmente idenfico-me com todas, em maior ou menor grau. Por mais que pensemos estar a escrever sobre os outros, na verdade estamos a falar mais de nós que dos outros ao escrever. Nenhuma de minhas personagens pode ser alguém que eu nunca seria se me encontrasse nas mesmas circunstâncias. Mas apercebam-se de que isto são possibilidades, não significa que eu agiria, necessariamente ou sempre, do mesmo modo.

Quais são as suas referências e inspirações enquanto escreve?
Como procuro escrever obras realistas, minhas inspirações naturalmente são o mundo real. Do mesmo modo, como procuro escrever sobre temas atuais, minhas inspirações são as questões atuais. Minhas referências, se estamos a falar de literatura, são os clássicos. Ainda com respeito a obras clássicas, eu gosto de pensar que não escrevo senão em latim, mais exatamente em português, que, como disse Camões, é um latim com pouca corrupção.

Qual é que acha que é o papel da blogosfera em geral na divulgação literária?
Se os factos falam por si, basta lembrarmo-nos de que as editoras enviam exemplares dos seus lançamentos aos bloguers, esperando que estes publiquem opiniões favoráveis, que influenciem os leitores. Com respeito exclusivamente aos blogues literários, eles têm um público bem-definido, exatamente o público leitor. Assim, não se desperdiçam acções de propaganda e marketing que, de outro modo, poderiam atingir um público não leitor. Além do mais, as editoras não costumam investir em propaganda na TV ou no rádio e, mesmo que o fizessem, atingiriam um público cuja maior parte não é leitora. O giro, entretanto, é que na blogosfera encontramos pessoas que realmente amam ler, porque, do contrário, não se dedicariam a um blogue. A opinião dos bloguers, quando dignos de credibilidade, é a melhor divulgação que um livro poderia ter.

Apesar de o livro ter saído recentemente, tem recebido feedback dos seus leitores?
Tenho recebido muitos feedbacks de meus leitores. Alguns deles têm a bondade de publicar opiniões num site brasileiro chamado Skoob, semelhante ao goodreaders.

Tem algum plano literário para o futuro?
Para o futuro imediato, meu único plano literário é divulgar este livrinho que acaba de ser publicado. No momento, não me quero dedicar a outra ficção que não seja esta.

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