sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Garota que Tinha Medo

Autor: Breno Melo
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 280
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789895123315

Sinopse:
Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.


Opinião:
Este foi um daqueles livros que quando vi que ia sair fiquei com curiosidade, mas ao mesmo tempo fiquei um pouco "pé atrás". Parecia-me um livro interessante, um tema igualmente chamativo mas admito que o que me fez confusão foi o autor ser brasileiro. Apesar de ser uma língua muito semelhante à nossa, a verdade é que há certas expressões que me fazem confusão ao ler (já experimentei ler um ebook em brasileiro uma vez). Mas após ser contactada o autor, que tentava divulgar o seu livro através de diversos blogues, acabei por não resistir e apesar deste meu preconceito, comecei a lê-lo.

Marina era uma jovem como qualquer outra. Uma rapariga cheia de amigos, com um namorado fantástico e uma vida familiar como qualquer outra. Apesar de ser uma aluna exemplar, nunca tendo más notas ou criando más opiniões no seio da comunidade escolar, a sua mãe continua a ser extremamente exigente, obrigando-a a estudar não para um, não dois mas para seis exames de entrada a diferentes universidades. Apesar de já saber para onde queria ir e o que queria fazer, acaba por ser levada pela mãe a fazer todos estes exames, enquanto esta continua a fazer pressão para a filha não fazer outra coisa senão estudar, referindo-lhe o horrível futuro que a esperava se não entrar em nenhuma universidade.

Preocupada, Marina tem então o seu primeiro ataque de pânico. Sente como se o mundo se fechasse em seu redor, a sua respiração parece querer parar e nada do que está em seu redor é conhecido. Inicialmente pensara que era um caso isolado, mas rapidamente compreende que algo de estranho se passa com ela, algo que não era suposto acontecer e que muda o seu mundo do dia para a noite.

Admito, o que me custou inicialmente neste livro foram as expressões brasileiras. Daí que a minha entrada no livro tenha sido mais lenta e com alguns percalços devido a esta linguagem. Apesar disso, visto o autor escrever muito bem, passadas algumas páginas comecei a habituar-me às expressões brasileiras, sendo que a partir daqui a leitura tornou-se muito mais fluída e rápida. Marina está muito bem caracterizada e desde o início compreendemos os seus medos e receios, sentindo o que esta sente e querendo a todo o custo ajudá-la. Fazemos figas, querendo que tudo corra pelo melhor para a personagem principal e para todos aqueles que a rodeiam.

O que gostei menos em toda a escrita foi a grande incidência deste livro na religião, apesar de ser algo que compreendo. Eu não sou religiosa e gostava mais de ver os obstáculos de Marina a serem ultrapassados pela fé em si mesma, e não tanto a fé na religião, algo que está muitíssimo presente eu toda a narrativa. Marina confia em Deus as suas preocupações e os seus medos, acreditando que, apesar de Este a ter traído dando-lhe aquela doença, haveria uma razão por trás de tudo. Esta foi a única parte do livro que me custou mais a "engolir", mas apesar disso acabei por ultrapassar essa impressão.

Foi um livro que se leu bem e que demonstra uma grande pesquisa, da parte do autor, do psicológico de pessoas que sofrem de ataques de pânicos. Experimentem!

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