quinta-feira, 21 de maio de 2015

Últimos Ritos

Autora: Hannah Kent
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 320
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896377366

Sinopse:
Na agreste paisagem islandesa, Hannah Kent traz à luz dos nossos dias a história de Agnes que, acusada do brutal assassínio do seu anterior amo, é enviada para uma quinta isolada enquanto aguarda a sua hora final.
Apavorados com a perspetiva de virem a albergar uma assassina, a família que a acolhe evita Agnes nas primeiras abordagens. Apenas Tóti, um padre designado para acompanhar Agnes nesta última caminhada e ser o seu guardião espiritual, procura compreendê-la. Mas assim que a data da morte de Agnes se avizinha, a mulher e filhas do lavrador descobrem que há uma segunda versão para a história brutal que ouviram.
Fascinante e lírica, Últimos Ritos evoca uma existência dramática num tempo e espaço distantes, dirigindo-nos a enigmática pergunta: como pode uma mulher suportar a mágoa e a injustiça quando a sua vida depende das histórias contadas pelos outros?


Opinião:
Comecei a ler este livro pela sinopse. Para começar adoro histórias baseadas em factos verídicos e depois adorei o facto de esta história ser sobre uma acusada de homicídio sentenciada à morte. Uma acusada que a família que a está a albergar começa a desconfiar não ter sido a culpada.

Agnes sempre fora uma empregada de grandes casas senhoriais. Era boa no fazia, responsável e devido à sua inteligência conseguira subir na vida. Quando lhe é oferecido um grande posto numa das casas mais ricas da Irlanda, Agnes não resiste a visitar a casa e a aceitar tal trabalho. Mas com o tempo descobre que aquela casa não era assim tão pacífica quando parecia. E o seu chefe não era uma pessoa tão pacífica e simpática quando inicialmente lhe parecera. Conhece pessoas que são mais afetadas pelos seus sentimentos do pelo cérebro e que destroem as suas vidas pela simples vontade de terem a sua vingança.

Após ser acusada do assassínio do seu chefe, Agnes é levada para a casa de um dos chefes da polícia, vivendo naquela casa como empregada doméstica até a sua sentença ser decidida. Toda a população está decidida a que Agnes seja levada à forca por tudo o que fizera mas a família que a acolhe acaba por descobrir uma Agnes muito diferente daquela que é descrita pela população Acabam por descobrir alguém que apenas quer que a deixem em paz e que não chateia nada nem ninguém, ficando empregue às suas atividades.

Este foi um livro que no início não me conseguiu prender. Inicialmente a escrita ia avançando lentamente. Eu tenho noção que o que a autora queria fazer era apresentar-nos ao livro e a toda a ação, mas a verdade é que acaba por tornar todo o livro lento e o início não me prendeu. Não senti nenhuma pena de Agnes, da família que a acolheu, nada... Mas quando finalmente somos apresentados com pequenos vislumbres do passado de Agnes, sobre a verdade do que lhe tinha acontecido e como estava a ser acusada de tudo porque o povo achava que a inocente nunca tinha culpa pois de certeza que a inteligente a tinha levado por maus caminhos, todos esses sentimentos mudaram e passei a torcer pela vida de Agnes.

A última parte do livro devorei-a de uma ponta à outra. Não conseguia parar de ler e queria sempre saber mais e mais do que ia acontecer, ou melhor, do que tinha acontecido a Agnes para se encontrar naquela posição. Acabamos por descobrir imensas traições, amores não correspondidos e muitas mentiras que acabam por atraiçoar Agnes, aquela que sempre fora verdadeira, aquela que sempre tentara viver a sua vida sem chatear e importunar ninguém.

Um livro que apesar de o início não me ter puxado, acabou por me prender. Adorei a segunda parte e aconselho-o a todos. Não desistam pelo início, porque o final irá valer a pena.

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