sábado, 2 de janeiro de 2016

Vidas Roubadas

Autora: Mary Kubica
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 336
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898831118

Sinopse:
Numa manhã fustigada pelo mau tempo, Heidi Wood vê numa estação de comboios uma adolescente com um bebé ao colo. A partir desse momento, essa imagem não lhe sai da cabeça.
Quando, dias mais tarde, volta a encontrar a rapariga com a bebé, Heidi decide ajudá-las e leva-as para sua casa. Chris, o marido de Heidi, assim como a filha, Zoe, opõem-se em absoluto à ideia de esta jovem, que diz chamar-se Willow, ficar em sua casa, temendo que ela possa ser uma criminosa. No entanto, Heidi não lhes dá ouvidos e, à medida que o tempo passa, sente que não pode abandonar a rapariga, e acima de tudo a sua bebé, por quem nutre um sentimento maternal fora do comum.
Entretanto, começam a aparecer pistas sobre o passado de Willow que farão com que a história ganhe contornos perturbadores. Que segredos guardará esta rapariga cujo passado esconde a todo o custo?


Opinião:
Bem, sem sombra de dúvida que as editoras me querem desgraçar com este novo estilo agora muito na moda, estes thrillers psicológicos têm capas cada vez melhores e as sinopses prometem mundos e fundos (a nível literário, claro). E mais uma vez este foi um livro que me chamou a atenção pela capa e pela autora. Já tinha lido outro livro da mesma e tinha gostado muito, por isso não resisti a experimentar este novo título dela.

Heidi sempre foi uma pessoa muito dada a ajudar os outros. Gosta de ajudar e não aguenta ver outro ser vivo sem casa, família ou alimento, situações que a levam de imediato a mover o planeta Terra para o ajudar. Isso tinha sido um dos grandes motivos para o seu marido a adorar. Tinha uma esposa tão carinhosa e bondosa! Mas é uma bondade que em demasia começa a afetar a vida familiar. Acabam por ser uma família que perde tempo de descanso e de convívio para escutar e ajudar Heidi com as suas preocupações pelos outros. A filha de Heidi fica cada vez mais do lado do pai, dando-lhe razão e este, sabendo que tem definitivamente razão, tenta não dizer nada em voz alta para não arranjar problemas em casa. Mas quando Heidi traz uma rapariga que encontrara na rua para casa, a fim de esta morar lá até se conseguir orientar sozinha, é a gota de água.

Willow andava nos últimos dias a diambular com um recém nascido ao colo. O seu filho e mais que tudo. Uma visão que deixara Heidi sem saber como agir e o que fazer quando vê estas duas almas sozinhas no mundo, molhadas dos pés à cabeça. Toma a decisão mais radical e que lhe parece mais correta. Leva mãe e filho para sua casa para cuidar deles. Mas será que é a melhor decisão?

Este livro acabou por se revelar algo muito diferente do que esperava. Não que tal tenha sido um problema, longe disso, mas inicialmente eu criara um género de livro na minha cabeça e com o andar da narrativa comecei a compreender que talvez estivesse perante algo muitíssimo diferente. Nesta história nada é o que parece. Nem Willow, nem Heidi e até mesmo o esposo e filha de Heidi acabam por ter as suas próprias revelações para fazer. O seguimento da narrativa dá um salto repentino em certa altura, havendo mudanças na maneira de ser das personagens e muitas revelações que são feitas quando menos esperávamos.

A descoberta de quem é Willow é provavelmente o passo mais lento e estudado de toda a narrativa, mas mais à frente percebemos que esta não é a grande personagem, e que apenas estava a dar a conhecer melhor Heidi e a sua vida passada. Um passo calculado da autora e que acabou por ser bem dado, mas que podia ainda ter sido melhor.

Um livro bom dentro do género e que acaba por deixar qualquer leitor preso à cadeira e à narrativa durante um bocado bem passado.

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