segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Porto de Abrigo

Autora: Linete Landim
ISBN: 9789899865105
Edição ou reimpressão: 2013
Editor: Orangecat
Páginas: 288

Sinopse:
Depois de anos a navegar pelo mundo, sem destino, sem amarras, o libertino Guilherme Monteiro encontra na pequena vila de Vale Ribeiro a sua mais temida aventura: ser um homem casado. Convicto de que jamais alguém terá o poder de alterar o seu estilo de vida, Guilherme aceita o noivado com leviandade, longe de imaginar que a noiva, Mariana Bento, o enfrentaria e lutaria por ele como seu esposo, seu amante... seu, só seu.


Opinião:
Tal como tinha referido na crítica escrita anteriormente, li estes livros pela capa. Não conhecia a autora, não existem assim tantas críticas quanto isso pela internet e por isso foi simplesmente por um "feeling" que decidi aventurar-me. Este livro tem uma excelente história e a escrita da autora desde o primeiro para este segundo título da trilogia mudou de forma radical, para melhor. Mais fluída, com melhores ligações entre os diálogos... Tenho que dar os parabéns a Linete Landim, sem dúvida que houve uma enorme melhoria, extremamente visível.

A família Bento estava marcada negativamente por Afonso e todos os seus conhecidos e amigos. Fizera-o sofrer quando era novo e achavam-se os melhores, mais poderosos do que aquilo que eram. A chefe de família era uma mulher crua e fria que apenas pensava no dinheiro e na melhor forma de o obter. Para isso nada melhor do que moldar as suas filhas como queria. Mariana e Rute são as duas filhas desta mulher, que crescem de forma totalmente distinta. Enquanto Rute é o cisne da família, com aulas de piano, canto, costura, Mariana é sempre renegada para segundo plano, tendo de usar vestidos de qualidade inferior, não tendo aulas algumas e sendo gozada pela mãe e pela irmã, para felicidade da mãe de ambas.

Guilherme era o melhor amigo de Afonso. Sabendo que estas mulheres tudo fariam para magoar o amigo, acaba por alinhar com ele num plano de subjugar a família, tomando uma das filhas para esposa. Guilherme sempre tivera um fascínio pela bela e forte Mariana e desde o início decide que será esta a filha que casará com ele, plano esse que apenas é do conhecimento de Guilherme e Afonso, pois o que a chefe da família acha é que Guilherme irá casar com a sua filha predilecta, Rute.

Adorei a premissa desta história. Desde o livro anterior que víamos as diferentes de tratamento entre estas duas irmãs e a própria maneira de ser destas era extremamente díspar. Queríamos saber como a história deste lado da família de Afonso iria terminar pois no primeiro livro da trilogia temos um pequeno vislumbre desta mas nunca é desenvolvida nem tem um final definitivo no primeiro livro.

Logo no início do livro a autora dá-nos um vislumbre mais pessoal desta família e a forma como Mariana é tratada salta logo à vista. Por não ser tão obediente e maleável como a irmã, a mãe facilmente desistiu de a tornar uma senhora, tratando-a mal e gozando com ela a todas as oportunidades que pode. Os vestidos de Mariana chegam a ser restos dos de Rute e esta acaba por ser como que uma gata borralheira na família, sendo responsável das compras e por vezes das arrumações. Mas a sua maneira de ser acaba por prender o interesse do aventureiro Guilherme, um homem habituado ao mar, que fica de olho em Mariana.

Desde o início o retrato que nos é apresentado de Guilherme é de um homem que está sempre à procura de aventura, que gosta de uma cama quente e adora que lhe façam as vontades. A relação entre as personagens é muito divertida de seguir. Temos um bom desenvolvimento da personalidade de Mariana, apesar de Guilherme ser pouco falado. A narrativa encontra-se repleta de altos e baixos na relação das personagens o que deixa o leitor preso.

Sem dúvida um bom livro, com uma grande melhoria na maneira de escrever da autora.

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